Espiral do agora

No tiquetaquear do relógio,

o tempo se esvai

devagar,

sem pressa.

O divagar em sonhos se faz.

No giro dos ponteiros,

o hoje se constrói

e se desfaz.

O peso que carrego

fere os ombros,

machuca a alma.

Grãos da ampulheta caem,

não voltam mais.

A cada minuto,

o passado se constrói.

Portas se fecham,

oportunidades perdidas,

escolhas não feitas.

Vividas.

O tempo escorre

e me inspira.

A angústia revela:

ilusões vividas

numa espiral dual —

passado e presente.

Na leveza do efêmero,

revelo o peso do porvir

Resta apenas

o vir a ser.

E nada mais.

Divino Alves de Oliveira
Enviado por Divino Alves de Oliveira em 21/04/2025
Código do texto: T8314366
Classificação de conteúdo: seguro