Essa voz será um grito...
Essa voz será um grito
Guerra à terra, à fera
Nem bela terá vez
Vez que teve, transformou-se em aflito
O grito triste da voz, da fome, do frio
A banda não passa mais cantando como antes
Não são coisas de amor, nem de louvor
São chiados críticos, blues combalidos
São dores traumáticas, dores narcóticas
O fumo, a fauna, o álcool, o histerismo
A plebe imunda, escória terceiro-mundista, assim dizem
A grita na geral, uma fome global
A bela não terá outa vez
A Lua é seca como essa voz
Voz roufenha e cariada
De saco cheio, bolso inútil
Da TV portátil, do rádio sem pilha
Da língua doente, do copo vazio
Copo, corpo, voz e guerra
Uma rua em lixo, um pavio curto.
Peixão89