Essa voz será um grito...

Essa voz será um grito

Guerra à terra, à fera

Nem bela terá vez

Vez que teve, transformou-se em aflito

O grito triste da voz, da fome, do frio

A banda não passa mais cantando como antes

Não são coisas de amor, nem de louvor

São chiados críticos, blues combalidos

São dores traumáticas, dores narcóticas

O fumo, a fauna, o álcool, o histerismo

A plebe imunda, escória terceiro-mundista, assim dizem

A grita na geral, uma fome global

A bela não terá outa vez

A Lua é seca como essa voz

Voz roufenha e cariada

De saco cheio, bolso inútil

Da TV portátil, do rádio sem pilha

Da língua doente, do copo vazio

Copo, corpo, voz e guerra

Uma rua em lixo, um pavio curto.

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 28/03/2005
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