Legenda
Legenda
Sandra Ravanini
Cantar-te, ó remorso, ao morrente carrasco,
um despiedoso adeus, um penúltimo aceno
pra amarra cotidiana do pranto nefasto,
amando o sódio bebido do choro obsceno.
Tragar o beijo angelical das amarras
enfeitadas de fitilhos e machucando
o enredo rejeitado da idem cara. Ah cara...
do ódio eu tenho pena e risonha eu vou chorando.
O leite anoitecido ao morno mel da morte
arrasta o confuso drama, e vai... se arrastando
a vida partida, parte o coração sem corte;
garrido, desforra noutro hino nefando.
Outro aceno prolonga a mesma despedida
no beijo dissolvido dos dramas infindos,
manchando o outro adeus no sódio da vida. Ó vida,
da face eu tenho dó e tristonha eu vou rindo.
21/01/2008