Tempos
O tempo escorre
como água tépida
em canos rotos
de soluços infindos
O tempo passa
como carruagens
em pisos molhados
de solos fechados
O tempo repassa
no nosso espírito
longo ou curto
em passadas largas
pesadas
num pesadelo de séculos
que se esvaziam
O tempo curto
para uns
no desespero
para outros
O tempo longo
com o badalar dos relógios
em campanários
altos poeirentos
O tempo é aquilo
que nós queremos
ou não queremos que passe
em comboios velozes
por linhas enviesadas
num desespero
daqueles que esperam
É angústia
que não se encontra
no fim da rua
em passos esperançosos
ou desesperados
É a corrosão deste tempo
amarfanhado
nas calçadas desertas
É espaço de uma viagem
em minutos ou segundos
que nunca mais acabam
Mas os relógios
continuam
no seu badalar.
O tempo escorre
como água tépida
em canos rotos
de soluços infindos
O tempo passa
como carruagens
em pisos molhados
de solos fechados
O tempo repassa
no nosso espírito
longo ou curto
em passadas largas
pesadas
num pesadelo de séculos
que se esvaziam
O tempo curto
para uns
no desespero
para outros
O tempo longo
com o badalar dos relógios
em campanários
altos poeirentos
O tempo é aquilo
que nós queremos
ou não queremos que passe
em comboios velozes
por linhas enviesadas
num desespero
daqueles que esperam
É angústia
que não se encontra
no fim da rua
em passos esperançosos
ou desesperados
É a corrosão deste tempo
amarfanhado
nas calçadas desertas
É espaço de uma viagem
em minutos ou segundos
que nunca mais acabam
Mas os relógios
continuam
no seu badalar.