Olha o carro, olho o coro...

Olha o carro, olho o coro

Vira estação

Cachorro, lebre, gato

Um espeto na estação

Quanto pombo, quanto pombo,

Um tombo na escada da estação

Não existem mais senzalas

Senzalas são fábricas

Uma linha de produção

Olha a puta, olha puta

Roda bolsa, rota estação

Jardins e trilhos, ponta de cigarro

É mais um “função” na linha da estação

Outro grito, outro gemido,

Um tiro, uma sirene, um apito,

O corredor de outra estação

- Dá um bilhete, escada, sacada

Um trem, metrô, outra estação

Capiau, pau-de-arara

Tanto faz, tanto fez

Espeto no fogo na porta da estação

O apressado come cru e quente

Pimenta na escada, banco e relógio

Um estágio na estação

A volta dormindo, lendo jornal

Um banco vazio, tronco encostado

A porta se abre na próxima estação

Desce, empurra, empurra, empurra

Porra nenhuma

Um flerte qualquer

Até amanhã, estação.

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 28/03/2005
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