Enfim, respirei
Eu dancei ali sozinha, no tom da minha alegria
Do violino a guitarra, do baixo a bateria
O maestro guiava a noite, do sol a lua
E a música permanecia sob o silêncio da rua
Era domingo, meu bem, e meu coração descompassado saltava no peito
Bati na porta da vida e exigi que tomasse jeito
Que parasse de me dar um tempo
E fizesse o que tivesse de ser feito
Pedi que não fizesse como ontem, em que ela se perdia
E que me prometesse que hoje seria minha
E que me trouxesse músicas, risos e, talvez, uma companhia
E ela me pôs de pé e me levou aquela esquina
Caminhei sob o sol, agarrada a mão da menina
Que me sorria
E me envolvia
Me deixando num estado de poesia
E, enfim, eu respirei. Afinal, é a vida.