Caminhos do tempo
As mãozinhas na cabeça do pai
o menino contempla
no patamar de escápulas
o mais alto do chão
atinge luzes
apanha nêsperas
pula ramos
joga bola
chuta raiz...
nas mãos da mãe
o carinho ardido
e um pé sabor laranja
Voa o menino
colhe estrelas
engole o tempo
vive com lobos
deixa pra trás
uma Rural vermelha
na cor da cortina
descerrando o homem
e uma vida
dentro do espelho
O homem conduz
uns tantos meninos
por letras, contornos
palavras bem ditas
e segue seu tino
por caminhos
enrugados
na face do tempo