Com as Penas do meu Cisne Dourado

Repentina anamnésia acorda-me o passado

Reminiscências longínquas perseguem-me as pegadas!

A que vens lamento, paralisar-me a sorte?

Há dois anos-luz do passado quase absoluto deixei-te!

Abandonei-te no rematado pretérito perfeito!

E agora esse choro que se infla e aumenta e avoluma...

Que queres, vivificar minhas dores?

Minhas dores... Já não há!

Volta, lamento, ao teu antigo tempo condizente!

Leva contigo nevascas e outras tempestades

Dragões vermelhos e vampiros gigantes!

Volta ao teu reino de sombras assombradas

Com suas borboletas negras e bichos rastejantes...!

Não há mais como abrigar-te!

Todo o abrigo foi tomado

por um grande cisne dourado

Inteiramente lambuzado de humanidade!

Retorna com tuas cinzas perpassadas!

Há muito ajuntei sobre o meu peito brasas!

Estou no imponderável. No cume do futuro!

Movendo-me no meu universo particular!

Faço nascer o meu dia no meio da noite escura!

Meu sol? Nasço-o por entre tempestagem

A brevidade da vida? Espicho-a

com as penas do meu cisne dourado!

Com elas, torno-me infinda!

Vandercy Ribeiro
Enviado por Vandercy Ribeiro em 23/01/2008
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