Dona da Criação.
Porquê me roubas sempre um verso
e me vem com seu sorriso tão perverso?
és semente nesse meu mundinho,
e serás sempre flor, rosa sem espinho...
Porquê me roubas outro verso?
Os teus olhos penetrantes
decai sobre meus olhares vacilantes.
busco o silêncio, para ser ouvido,
esqueço de mim, para não te ser esquecido.
Porquê me roubas um novo verso?
Porquê me arrepias a pele,
e traz sempre este corpo que me fere?
quero acordar-te sempre, sem ter adormecido,
quero voltar sempre, sem nunca ter partido...
Sim, entendo porquê me roubas versos
é que não és apenas cria, és fascinante criação
espalhando graça por todos os universos,
rouba-me versos, tal como meu coração.
Rio de Janeiro, 24 de Novembro de 2007.