AUTO-CURA

Almejava amor,

E não permissão,

Lugares onde não posso ser eu mesma,

Jamais me caberão,

Aquela velha partitura

Acorde desafinado,

Um dom atrapalhado,

Mas era bom...

Histórias sem contexto,

Enredo de carnaval,

Extensa demais,

Entendeu até a metade,

Mas se perdeu no final,

Continham palavras difíceis,

Um pensamento abstrato e confuso,

Uma sensação esquisita no peito,

Tipo soluço,

A gota d'água que irrita o ouvido,

O nó na garganta que não desfaz,

Espinhos nos olhos espalhando chamas,

Tramando abordar dilemas iguais

Desconfianças fatais,

São devaneios...

Mente paralisada...

De tanto sentir medo,

Coração acelerado vai a mil,

Minha alma agonizando em meio fio,

Do lado de cá eu senti um calafrio,

Arrepiou,

Ventou gelado,

Tá meio frio ,

Já nem sei mais,

Aonde tô pisando,

Campo minado,

Cada cena é um escândalo,

Cada Flash é um desânimo,

O jardim do Éden,

Virou um pântano,

Superando ciclos,

E quebrando traumas,

Andando descalço,

Sujo o pé de areia,

O suor em solo fértil semeia,

Mulher maravilha,

Confeccionou sua própria teia,

Bolou um plano,

Jogou ódio na seda

Entre drifts e drafts,

Balança mas não cai,

Derrapa mas não bate,

Aprendi com a malandragem,

Quando uma mulher,

Nasce pra si,

É tipo quando um óvulo fecunda,

Aura transmite paz,

Chakra auxilia e transmuta,

Peito de nebulosa,

Milhares de estrelas,

Minhas personalidades são fragmentos

Todas de mim,

Queimariam o livro inteiro,

Da luz da lua me aqueço,

Quando esqueço o que mereço,

Todos os eu's de mim

Ainda choram do mesmo jeito,

Beijos de arame,

Feito navalha rasga a carne,

Batom vermelho,

Perfume é sangue,

Encima do salto,

Olhando de baixo,

Me senti gigante,

Com padrões óbvios,

Silêncio inóspedo ,

Em meio a discordância,

Vomitando ácido,

Observando o relógio,

Desabafos em códigos

Desafios numerosos

Pede pra parar,

Eu continuo o argumento

O bote furou,

A gente tava dentro,

Era pra ser um longa,

E se tornou um curta,

Não tem volta quando se torna uma disputa,

Murro em ponta de faca,

Quanto mais soca,

Mais machuca,

Nunca morri de saudade,

De amor menos ainda,

Tudo que solta,

Pesa menos,

Conforto enquanto caminha,

Pega a sua cruz,

Que eu já carrego a minha,

Feridas infeccionadas,

Picadas com ferrões,

Você é do tamanho das suas convicções,

Implorei perdão a minha menininha ,

Que teve a infância interrompida,

O urro mudo virou outra poesia,

São só maneiras de se curar sozinha.

Budakhan
Enviado por Budakhan em 13/03/2025
Código do texto: T8284098
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.