CHUVA
Chove.
E a terra se regala
com cada pingo d’água.
Encharca as folhas,
resfria o asfalto.
A janela aberta
recebe a umidade
e filtra o orvalho.
Com os dedos gélidos,
rabisco uma figura
no vidro embaçado.
Pouso a xícara na mesinha,
abro um livro
e miro o horizonte cinzento.
Águas martelam o telhado,
e transbordam em cascatas,
contracenando
com a minha poesia.