Poeira da Eternidade (poema antigo)
Dias curtos, diminutos
De longos momentos hirsutos
Que se estendem, em comparação
Com os calvos limites do chão.
Contradizem-se os instantes
Fazendo promessas no antes
E desilusões no depois...
Sendo um só, parecem dois.
E vive-se então no presente
Ou vive-se tão simplesmente
Na ilusão do Agora
Entre o cá dentro e o lá fora?
Cá dentro, que é o passado
Com o futuro defrontado
Na visão do que é visto
No momento em que existo...
Sou a Hora, sou a Hora!
O combativo Agora
Nessa batalha perdida
Contra o relógio da Vida.
Sou a essência do Ser
Que insiste em prevalecer
Sobre a transitoriedade...
Poeira da Eternidade.
Dias curtos, diminutos
De longos momentos hirsutos
Que se estendem, em comparação
Com os calvos limites do chão.
(composto em 2015)