Sexto Sentido.

Sou a areia que cobre o deserto

a sede que mata quem tenta chegar,

a lâmina que corta e deixa o peito aberto,

a ânsia insegura de quem tenta explorar.

Sou nuvem mansa no céu,

um perigo que provoca um trovão

quem vem comigo adoço com mel

ou às vezes ao domínio da escuridão.

Sou poema inacabado

inspirado na fúria da ventania,

sou frase, sou verso rimado;

sou tristeza e também sou alegria.

Sou a flor que nasce de repente

sou tão presente e sou tão ausente.

Sou vício e sou mania

sou a cura de um ser doente

e a embriaguez de quem não bebia ...

Guapimirim, 22 de Dezembro de 1995.