Eu não consigo matá-la sem matar a mim mesmo
Resolvi matar a tristeza,
que habita em mim.
E resolvi assim,
de inopino.
E até imagino
ela morrendo, enfim.
E tentei ir matando do jeito que sei,
devagar, torturando,
esquecendo, deixando.
Por todo esse tempo sequer falei o seu nome,
para não recordar da sua ânsia
e fome!
Julguei tê-la matado mil vezes,
deixando-a esquecida, sofrida.
Cheguei a sorrir, vencedor que era
quimera!
Pois cada porta que abro,
cada janela que olho,
lá está ela!
Tão forte ainda, escura e brava
E bela!!
Então aceitei a tristeza de volta,
do jeito que era,
pois ela sempre estivera
agarrada em mim!
E matar a tristeza, quem sabe
mataria a mim.