Senhora da Tempestade
Rompem-se os céus nas noites onde as luas juntam suas faces,
rasgam-se mutilando os sonhos empalhados dos filhos do sol.
Recria a vida nas origens do que sempre foi,
renasce na morte o novo que ama nos caminhos
onde regozijado o espírito se prostrou.
Desenham a terra as fendas que se abrem libertando a vida
que vestida de luz reflete o céu que um dia a iluminou.
Marcam os passos que correm desprovidos em seus destinos
o fogo que emerge destruindo o mal que restou.
Nela, o novo se faz, a vida, os sonhos são cobrados,
traz nas mãos os raios de luz, ilumina a noite que escura se vai.
Dominando os elementos que traz em si,
germina a vida nas tempestades que gritam pelo novo que se faz.
Recomeça a vida!
Na origem do que é, reconstrói, edifica, purifica.
Senhora da tempestade, a mãe, criação que recria a vida
gerando seus filhos no ventre da terra
que os sustenta dando-lhes a força de almas destemidas.
A mãe, senhora absoluta, criação parida das mentes desvalidas
que buscam a vida onde a morte se faz.
Sonha em tempestades secas onde a terra ferida começa adormecer
no colo da mãe condoída que luta ainda para a vida renascer.
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