S.O.S. Inspiração
Deixa-me libertar
este poema
que está a pulsar
em minha veia.
Eu não posso mais calar
nem espremer essa palavra
que cresceu, criou forma
e está prestes a arrebentar
meu coração...
Deixa-me dizer
de tantos sonhos,
tantos desejos,
tantos começos.
Meus anseios
prensados, atados,
sofridos,
buscando
a libertação.
E então, sem segredo,
direi do verbo
triturado, mascado,
semeado, regado,
que não vingou
porque o Sol,
molhado de chuva,
não aqueceu
o meu torrão.
Poema maldito
e sem grito,
liberta o infinito
e dê o ritmo
sonhado, querido,
ao amor, esse bendito
que sem prumo,
sem norte, sem visto,
agoniza em solidão.