DOMINGO

É tarde de domingo,

e agora me sobra tempo.

Nenhum compromisso,

nenhum lugar para ir.

Nada é urgente demais,

tanto quanto escrever

até os dedos reclamarem

do impacto no teclado.

Não tenho casa,

ninguém para me esperar.

Estou sozinha

e preciso me adaptar

à nova rotina

de não pertencer a ninguém.

Aos domingos,

a saudade é sempre mais lasciva,

e a dor, pungente.

Deveria ser decretado:

o Dia Internacional da Solidão.

Josih Romano
Enviado por Josih Romano em 16/02/2025
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