DOMINGO
É tarde de domingo,
e agora me sobra tempo.
Nenhum compromisso,
nenhum lugar para ir.
Nada é urgente demais,
tanto quanto escrever
até os dedos reclamarem
do impacto no teclado.
Não tenho casa,
ninguém para me esperar.
Estou sozinha
e preciso me adaptar
à nova rotina
de não pertencer a ninguém.
Aos domingos,
a saudade é sempre mais lasciva,
e a dor, pungente.
Deveria ser decretado:
o Dia Internacional da Solidão.