AS MULHERES QUE SOU
Sou poeta, errante,
e dentro de mim há
mais mulheres do que supus conhecer.
Uma nova identidade entra em cena,
assume o lugar vago,
preenche o vazio
com sua vaidade e luxúria.
Ela é uma dama de vermelho,
saia rodada, dançando feito louca.
Os cabelos negros grudam
na pele suada,
o batom escuro mancha os lábios.
Dentro de mim há mulheres:
loucas e santas,
poetas e rezadeiras,
sonhadoras e pessimistas,
mentirosas e verdadeiras.
Não posso escolher qual delas ser.
Elas me invadem,
e eu me deixo levar.