NADAGÊNESE
Umbrais de cacos insossos
Fundidos no refugo materialista
Formam portais grossos para um espaço novo
Cheio de recortes de fantasia
Sonhos perdidos e depois achados
Terríveis ameaças de seu declínio
É na noite que o não-falado é moldado
No lixo manchado e curvilíneo
Da borda do mundo pro centro do templo
O trovador falou e a mão muda entendeu
Sem barreiras de luz, espaço ou tempo
Lamparinas anunciam que o novo nasceu
O nada é meu caco, meu sonho é um tijolo
A criação não ignora a miudeza do toco
Que se multiplica no milagre da nada-geometria!