De tudo um pouco

De tudo um pouco

Foram chegando devagarinho pela casa

potes, caixas, coleções de tudo um pouco...

trocando de lugar com o carinho e a atenção.

Soterrados em plásticos, jornais, roupas ...

Se ligam afetivamente com os objetos.

Tem dificuldade em desfazer-se deles.

Assim aparece o transtorno de acumulação compulsiva.

Os eventos estressantes, separações e mortes.

As perdas e as carências dão voz as suas ações.

Precisam aquietar o coração!

Algumas pessoas vivem do lixo e fazem o seu sustento.

Mas, os acumuladores trocam a finalidade das coisas.

Um amontoado de objetos em desuso mudam os sentidos.

Penduram-se no obvio do inútil.

O isolamento vem de mãos dadas com a depressão.

Afeta a capacidade de cuidar de si mesmo e de suas coisas.

Com a distância da família não se vê caridade e afeto.

Restam a poeira dos dias felizes.

Há, se pudesse descortinar os cômodos e a mente

dialogar com o excesso

e fosse embora todas as sobras,

e o transtorno da alma.

Precisam de apoio emocional e de medicamentos.

É uma longa viagem até a conscientização e o tratamento.

Seguem seu destino sozinhos.

Aglaé Meinberg - 2024

Aglaé Meinberg
Enviado por Aglaé Meinberg em 10/02/2025
Reeditado em 10/02/2025
Código do texto: T8261374
Classificação de conteúdo: seguro
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