De tudo um pouco
De tudo um pouco
Foram chegando devagarinho pela casa
potes, caixas, coleções de tudo um pouco...
trocando de lugar com o carinho e a atenção.
Soterrados em plásticos, jornais, roupas ...
Se ligam afetivamente com os objetos.
Tem dificuldade em desfazer-se deles.
Assim aparece o transtorno de acumulação compulsiva.
Os eventos estressantes, separações e mortes.
As perdas e as carências dão voz as suas ações.
Precisam aquietar o coração!
Algumas pessoas vivem do lixo e fazem o seu sustento.
Mas, os acumuladores trocam a finalidade das coisas.
Um amontoado de objetos em desuso mudam os sentidos.
Penduram-se no obvio do inútil.
O isolamento vem de mãos dadas com a depressão.
Afeta a capacidade de cuidar de si mesmo e de suas coisas.
Com a distância da família não se vê caridade e afeto.
Restam a poeira dos dias felizes.
Há, se pudesse descortinar os cômodos e a mente
dialogar com o excesso
e fosse embora todas as sobras,
e o transtorno da alma.
Precisam de apoio emocional e de medicamentos.
É uma longa viagem até a conscientização e o tratamento.
Seguem seu destino sozinhos.
Aglaé Meinberg - 2024