Sétimo dia

Foram sete os dias velando

Um de cujus se degradando

Vi em minhas mãos

Símbolo que sinalizava

Crime do sinistro que realizara

Precisei de sete longos períodos agonizantes

Para dar-me por fim alforriada

Da rotina, da disritmia

Da polêmica infeliz monotonia

Que embaralhava os sentidos

E deixava-os amortecidos

Diante de um pleno feliz viver da vida

Encarei minha sentença

Crime passional com atenuantes

Tipifica-se a ré

Ser que, simplesmente,

Não conseguiu amar

Coerentemente

Quem a amou

E entregou-lhe o coração

Em troca de tê-la presente a todo instante

E a pena, com indulgência,

É seguir a sua vida

Pois viver é assim mesmo

Tentativa de ser feliz

Um dia se erra, noutro se acerta

A maior certeza da vida

É não se ter certeza de nada

Só é certo de que vale a pena ser vivida!

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 21/01/2008
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