Travessuras do poeta,com as palavras.
Nas páginas da imaginação, as letras se soltam,
consoantes pulam corda, vogais fazem piruetas.
Uma vírgula sussurra segredos as nuvens de algodão
enquanto pontos finais fingem ser balas de chocolate
As sílabas se escondem em armadilhas de tinta,
trocam de lugar, inventam palavras na esquina.
Um poema sorrateiro cruza o caminho,
e o dicionário ri, virando um labirinto sem fim.
Metáforas viram borboletas de papel,
sussurros viram rios, rimas viram mel.
A gramática, cansada, tira um cochilo,
e o verbo "ser" se perde no meio de minha inspiração.
Ah, que delícia brincar com o que não tem dono:
rasgar regras, pintar sonhos, abraçar o abstrato.
Nas asas de um acento, a poesia decola,
e até o silêncio vira um verso disfarçado.
No fim, as travessuras são sementes de luz:
cada tropeço na língua é um verso que nasce,
um riso que ecoa na alma das frases,
e a magia das palavras... nunca se desmancha.
Nas travessuras do poeta.