As praias não me interessam…
as cachoeiras; os sorrisos;
os personagens de programas
de televisão, que aqui vivem…
passeando, proseando, fingindo
que estão me querendo, querendo,
querendo, querendo… por perto.
A vizinhança não me interessa…
as ex-namoradas não me interessam
os parentes distantes, os colegas
de escola…
Nem as belas turistas que entram…
no final das contas dão numa conta
de “menos é sempre igual a menos”
e são lindas como “ouros de tolos”
e não arrancam de mim
nem um tantinho de pau duro.
As festas não me importam…
elas passam por minha porta
e os santos passam e eu lhes dou
um respeitoso "tchauzinho" ...
Pois é inegável que eles são belos…
E sempre estão sofrendo;
até hoje insistem em pintar-lhes
refazer-lhes em seus PIORES dias.
Eu não ligo pra falsidade,
ela sempre vem; sempre veio…
desde que me entendo por gente
ela vem, como um anjo…
Vem vestida de várias faces
e eu continuo sendo “inocente”
demais, tanto na fase bêbada
quanto na fase careta;
sempre a possibilidade de
“facilidade” pros outros.
E eu não faço nada de vingativo
contra ninguém…
Essas pessoas simplesmente
acabam mal, pois depositam sua alegria
e energia, em coisas que
de fato... não duram.
Mas não me dou o trabalho
mental e espiritual de sentir pena deles.
Pelo contrário, eu sorrio radiante
diante da derrota daqueles que
já me pisaram ou quiseram pisar.
E o pecado que se foda.
Eu não me importo com poesia…
e textos, contos e crônicas…
como vivo dizendo; cacarejando
que me importo…
É só uma coisa que se eu
parasse de fazer, acabaria morrendo
mas se eu morresse, reencarnaria
cedo ou tarde…
Então parar de escrever
e me converter num cadáver…?
Não é a pior coisa do mundo.