As praias não me interessam…
as cachoeiras; os sorrisos;
os personagens de programas
de televisão, que aqui vivem…

passeando, proseando, fingindo
que estão me querendo, querendo,

querendo, querendo… por perto.

A vizinhança não me interessa…
as ex-namoradas não me interessam
os parentes distantes, os colegas
de escola…

Nem as belas turistas que entram…
no final das contas dão numa conta
de “menos é sempre igual a menos”
e são lindas como “ouros de tolos”

e não arrancam de mim
nem um tantinho de pau duro.

As festas não me importam…
elas passam por minha porta
e os santos passam e eu lhes dou
um respeitoso "tchauzinho" ...

Pois é inegável que eles são belos…
E sempre estão sofrendo;
até hoje insistem em pintar-lhes
refazer-lhes em seus PIORES dias.

Eu não ligo pra falsidade,
ela sempre vem; sempre veio…
desde que me entendo por gente
ela vem, como um anjo…

Vem vestida de várias faces
e eu continuo sendo “inocente”
demais, tanto na fase bêbada
quanto na fase careta;

sempre a possibilidade de
“facilidade” pros outros.

E eu não faço nada de vingativo
contra ninguém…

Essas pessoas simplesmente
acabam mal, pois depositam sua alegria

e energia, em coisas que
de fato... não duram.

Mas não me dou o trabalho
mental e espiritual de sentir pena deles.

Pelo contrário, eu sorrio radiante
diante da derrota daqueles que
já me pisaram ou quiseram pisar.

E o pecado que se foda.

Eu não me importo com poesia…
e textos, contos e crônicas…
como vivo dizendo; cacarejando
que me importo…


É só uma coisa que se eu
parasse de fazer, acabaria morrendo

mas se eu morresse, reencarnaria
cedo ou tarde…

Então parar de escrever
e me converter num cadáver…?
Não é a pior coisa do mundo.


 

Henrique Britto
Enviado por Henrique Britto em 02/02/2025
Código do texto: T8255893
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