MEDO

Medo
sinais de fumaça,
ira posta contra a vidraça.

Esquinas,
vitrôs antigos,
sonhos retrô's
jamais esquecidos.

Fantasmas,
rondam-me, 
caçam-me cintilam,
roçam-me 
osculam-me a face.

Arremesso-me do pescoço aos pés ao rés dos paralelepípedos.

Há colheita,
há espigas,
há mentiras de
milho,
que desdenham rídiculas,
fanfarram como um  trigal.

A maresia
no-lo fá-la o gosto,
piston, sax se de 
azinhavre
come o metal, 
é boca dura
de embocadura rude,
é ode sem partitura
que balouça embala 
o negro véu do asfalto.
 
O universo 
oculto do verbo mentir,
é a mentira. 

Desprezível é a tua  vingança, que de tão ínfima tomou-me de assalto.

Se há brasa,
há fogo,
há sinais de fumaça...

SERRAOMANOEL - SLZ/MA - TRINIDAD - 19.01.2008.
 

serraomanoel
Enviado por serraomanoel em 19/01/2008
Reeditado em 21/01/2008
Código do texto: T824611
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