Presença


Para estar aqui contigo
Atravessei colinas,
Subi montanhas
E passei por homens medievais:
Artesões, bêbados e prostitutas.
Estava em busca da Rainha
Que reinava no mais alto castelo...
Não decifrei o anagrama, todavia.

Assim venho caminhando
De muito longe
E quase não pressinto
As horas que vão passando
Nem o tumulto sem fim
Que vai se formando
E por vezes nem a noite que chega...
Também não entendo as estrelas,
Mas imagino os milhões de anos
Que o céu está disposto com o mesmo formato
Esse engenho milenar não muda nunca...
Mas nada é exato, nem preciso e nem definitivo

Assim é o meu encontro:
A mulher que espero
Vem com passos penetrantes
E parece-me roubar a imaginação
Pois a estrada é breve
E o sonho continua

Os fractais sagrados
Que me restam
Vão subsistindo no meio das folhas mortas
Que a brisa fria oferece

O meu cálice é grande
Mas o vinho é suíço