Um amigo de boas leituras, em certa ocasião, me fez um comentário carinhoso dedicado a Mário Quintana, um de seus poetas preferido...
"ele escreve com a alma exposta..."
Aquela frase me fez refletir muito como seria muito mais lindo e sincero se ao falar, ouvir, se expressar, pensar e mesmo escrever, fizéssemos sempre com a alma exposta...
Que eu consiga um dia qualquer, escrever assim também...
Alma Exposta
Escrevo-te assim...
Com minha alma exposta
Sem buscas de respostas
Sem indagar meus porquês
Escrevo-te assim...
Lento como a mãe
Que ao ninho traz o alimento
Como meu sustento
Escrevo-te assim...
Meus versos escolhidos em cada ramo
Não vasculho ao fundo do meu ser
À espera da minha mágica inspiração
Nem posso dizer que a mim pertence
Só sei que ela sente onde minha presença se encontra e,
Lança-se ao meu encontro
Sem pressa...
Para que eu te escreva assim...
Com minha alma exposta
Sem necessitar-me de respostas
Escrevo-te assim...
Despida de minhas vestes rotineiras
Na minha poesia só a luz cabe.
Quem sabe...
Minha alma se confunda com o raio do Sol
Tão exposto...
E, ao meu gosto
Que me leia assim
Com tua alma em gesto de mão sobre mão
A espera da oferta...
Então te escreverei assim
E minha poesia levitará
Até tua alma alcançar...