O MEDO
A noite surge,
A rua está deserta.
Fico alerta,
Pois cuidados urge.
Caminho depressa,
Olho p’ros lados,
Muito desconfiado,
Tenho medo à beça.
Continuo caminhando,
Não posso voltar,
Não posso parar,
Estou medrando.
As pernas vacilam
O coração bate forte.
Temo, sim, a morte,
Vocês não imaginam.
Preciso de uma decisão
Mas correr não posso;
Ficar, merda, que troço,
Sou um tremendo bufão.
O raciocínio desaparece
Um dos pés claudica,
Ninguém p’ra dar uma dica,
Então fiz uma prece.
Sendo verdade ou lorota,
Eu não sabia como fazer,
Foi quando ouvi uma voz dizer:
Acorda, seu grande idiota.