A MOÇA PARADA NA ESQUINA
A moça parada na esquina
Não está exercendo nenhum ofício
Ela apenas espera que algum anjo apareça
Para mexer com sua cabeça
E que venha com um sorriso
Dizendo que a vida é curta
Ela acolherá a palavra
Que precisa ouvir vida afora
E ver tudo se transformar em festa
Ela deixa a esquina
E segue anônima em busca do desconhecido
Alimentando um sonho
No seu caminho, pivetes, trabalhadores, autônomos
São sua imagem refletida
No espelho invisível da vida
Nem ela nem ninguém
Sabe do puro futuro
Mesmo assim ela segue seu caminho
Acreditando que aquilo que espera
Virá com os primeiros raios da aurora.