Vidros e cicatrizes

Entre mentiras,

identidades fragmentadas,

ídolos de barro negam autenticidade.

Realidades transitórias permeiam minhas escolhas;

sem norte, em meio a tempestades, sigo.

Entre paredes de vidro, permaneço a penar.

Ira e dor: o cimento que cala meu clamor.

Máscaras que forjei escondem o medo.

Na prisão de cada dia,

a solidão é meu castigo.

Na busca por liberdade, me rebelo;

A angústia que me consome, também fortalece.

Quebro a redoma que, em tese, me protege.

Cacos espalhados pelo chão.

Cortam corpo e alma

Sangue, solidão e lágrimas.

Nos cacos, meu reflexo.

Nas cicatrizes, minha história.

Entre sangue e lágrimas, renasço.

Cicatrizes talvez me libertem da solidão,

diante das ruínas do cárcere que ergui

e dos homens de argila que enfrentarei.

Divino Alves de Oliveira
Enviado por Divino Alves de Oliveira em 27/12/2024
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