Vidros e cicatrizes
Entre mentiras,
identidades fragmentadas,
ídolos de barro negam autenticidade.
Realidades transitórias permeiam minhas escolhas;
sem norte, em meio a tempestades, sigo.
Entre paredes de vidro, permaneço a penar.
Ira e dor: o cimento que cala meu clamor.
Máscaras que forjei escondem o medo.
Na prisão de cada dia,
a solidão é meu castigo.
Na busca por liberdade, me rebelo;
A angústia que me consome, também fortalece.
Quebro a redoma que, em tese, me protege.
Cacos espalhados pelo chão.
Cortam corpo e alma
Sangue, solidão e lágrimas.
Nos cacos, meu reflexo.
Nas cicatrizes, minha história.
Entre sangue e lágrimas, renasço.
Cicatrizes talvez me libertem da solidão,
diante das ruínas do cárcere que ergui
e dos homens de argila que enfrentarei.