Chão Goiano

Que saudade do meu ranchinho

Do grito da coruja buraqueira

Dos banhos naquele corguinho

Do rebanho descendo a ladeira

Da pamonha fervendo no tacho

Do cheiro do arroz com o pequi

Do arroz produzindo seu cacho

Da nascente e o seu lindo buriti

Do berro da vaca no curral

Da carne temperada na lata

Da beleza da flor do cafezal

Do curió cantando na mata

Da siriema sempe escandalosa

Do chá de alecrim na chaleira

Da guariroba boa e amargosa

Do cacho tirado da bananeira

Do capado gordo no chiqueiro

Da lamparina acesa toda à noite

Da galinha botando no galinheiro

E o bom perfume da dama da noite

Do cavalo arreado na porteira

Do cachorro deitado à porta

Do monjolo e sua barulheira

Da verdura colhida na horta

Bom demais da conta é Goiás

Para quem gosta dele demais

chora a viola toda manhosa

É a saudade no peito gostosa

Giovani Ribeiro Alves
Enviado por Giovani Ribeiro Alves em 22/12/2024
Código do texto: T8225047
Classificação de conteúdo: seguro