Chão Goiano
Que saudade do meu ranchinho
Do grito da coruja buraqueira
Dos banhos naquele corguinho
Do rebanho descendo a ladeira
Da pamonha fervendo no tacho
Do cheiro do arroz com o pequi
Do arroz produzindo seu cacho
Da nascente e o seu lindo buriti
Do berro da vaca no curral
Da carne temperada na lata
Da beleza da flor do cafezal
Do curió cantando na mata
Da siriema sempe escandalosa
Do chá de alecrim na chaleira
Da guariroba boa e amargosa
Do cacho tirado da bananeira
Do capado gordo no chiqueiro
Da lamparina acesa toda à noite
Da galinha botando no galinheiro
E o bom perfume da dama da noite
Do cavalo arreado na porteira
Do cachorro deitado à porta
Do monjolo e sua barulheira
Da verdura colhida na horta
Bom demais da conta é Goiás
Para quem gosta dele demais
chora a viola toda manhosa
É a saudade no peito gostosa