Ah! como diriam...
Ah! como diriam
Do ouvir estrelas
Nem brava mais tu ficas
Tantas mazelas as que têm nas mãos
De nada que ouves
Da parte que me cabe
Que nada mais cabe em parte alguma
Olhando o parco brilho de alhures
Nas lascivas e cálidas manhãs
Dois pontos indistintos
Na mistura das descobertas
Sem olhar o próprio umbigo
Que se farta ante tua nebulosa insistência
Qual de mim que se farta na ausência...
Farpas retorcidas de ontem
Em que tomas que pouco entendo
Crasso em mitigar a própria essência
Como se nada bastasse para recorrer de tantas lembranças
O que me tens?
Nada trago comigo, apenas o vivido
Destarte magras panacéias em pequenos rabiscos
Que se lançam ao branco, afoitos sim
Nunca sem poucas razões
Ávidas são as esperanças de ontem
Como se o amanhã prouvesse melhor
E que de melhor levasse ao bom
Que da vida sempre me tem
Como tens e pouco se espelha
Devaneios rasgados assombros
Por sentidos tão voláteis que vagueiam
Nas vagas que soçobram noutros pedriscos
De arabescos trajados em noites contritas
Ah! tal sinfonia nunca esquecida
De variantes ritmos, do alucinado ao delirante
E trôpego ao sair de tantas circunstâncias
Por um voraz afoito que se perdia em beijos
Palma de minha Ilha solitária
Que de branco sobram as brumas
A pálida escassez de mais deleites
Que nunca foram enfeites, tampouco uma deidade
Apenas um clamor para o prazer de viver.
Eis o que sou...
Peixão89