Abacateiro moroso
O meu peito canta saudade
Em melodia que o amor conhece
Não finda com o fim da tarde
E cresce quando amanhece
Recordo áureos tempos
De riso frouxo entre irmãos,
Da casa alegre de tantas vozes,
Na sala, cozinha, quintal e portão.
O vento soprava o perfume do café,
Ah, café... de afeto é teu cheiro!
Soprava também as roupas do varal,
E as folhas do moroso abacateiro.
Era a família, aqui na memória,
O retrato colorido da união.
Agora eu sinto dentro do peito,
A saudade que aperta o coração.
E se a vida é feita de instantes,
Como estrelas que brilham no escuro,
Por que não fazer do presente,
Um laço eterno, um porto seguro?
Não são paredes que erguem a casa,
Mas braços que se dão em fervor.
A união é a chama que abraça,
E nos salva do frio interior.
Que cada voz encontre outra voz,
E os passos se cruzem no mesmo chão.
Pois a vida só é plena em nós,
Quando pulsa coração a coração.
Família, avante, pra sempre unida!
Sejamos um do outro, o leme e a luz,
Amando-nos e instruindo-nos
Como ensinado pelo mestre Jesus