Portas da Vida
Uma porta entreaberta, é um teste cruel,
Que promete o paraíso, mas leva ao papel.
Ficar na espera, na dúvida, na dor,
É aceitar migalhas e chamar de amor.
Quem ama não deixa a porta no "quase",
Quem cuida não some, não causa esse impasse.
Amor é certeza, é um chão bem firme,
Não te joga no abismo, pra depois redimir.
A moça que sonha, com o anel prometido,
Vive refém de um prazo vencido.
Mas quem olha de fora, tão fácil é apontar,
Sem saber o que é sentir, sem saber o lugar.
Será que o coração dela bate em paz?
Ou carrega a angústia que o tempo traz?
Será que ela ri quando ninguém vê,
Ou finge uma força que não quer ter?
Portas entreabertas te prendem no chão,
Te fazem pensar que o erro é tua mão.
Mas porta fechada, meu bem, é lição,
De abrir janelas pra outra direção.
Quem ama entrega a chave, escancara o portão,
Não mede palavras, não deixa em vão.
Amor é direto, é sincero demais,
Não vive em metades, não te prende jamais.
Porta entreaberta é jogo, é prisão,
É aceitar migalhas e ferir o coração.
Mas fechar essa porta é o primeiro passo,
Pra viver um amor que te dê o abraço.
Então, moça, se olha, reflete no espelho,
Você é a chave pro seu próprio enredo.
Não aceite ser pouco, se entregue a si,
Pois quem fecha a porta encontra o que é ser feliz.
Juliana L.
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Uma poesia inspirada na crônica de Fabíola Simôes, intitulada "Uma porta entreaberta dói bem mais que uma porta fechada"