Devemos dar ao tempo o tempo
Devemos
Dar
Ao tempo
O tempo
Deixá-lo ir
Tacteando
Um futuro
Calçando
Os meus pés
No seu escuro
Desbravando
O que na verdade
Não sabe
De tão puro
Ele que vá
À minha frente
Em pulsação
Espreite
A curiosidade
Das manhãs
Que se conquistam
Em paz
Que eu
Com o coração
Vou atrás
Onde
Os olhos
Se avistam
Num infinito
Longínquo
Voraz
Talvez
Ele me abra
O caminho
Bonito
Talvez
Ele sempre
Saiba
O que não
Sei
Desta lei
Irreverente
Do meu destino!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal