A ASA BRANCA RETIRANTE

 

Pousaste na minha janela,

musa de Luiz Gonzaga,

jamais vi ave tão bela,

bem longe do meu sertão,

numa mata de concreto,

voando entre vidro e aço

das grandes metrópoles,

a Asa Branca acha espaço,

do sertão para a cidade,

voa livre em liberdade,

semelhante aos retirantes,

trocou o céu do Nordeste,

pelos prédios do Sudeste,

veio cumprir seu destino,

igualzinha ao nordestino,

a Asa Branca é resistente,

se adapta, segue em frente,

mas aqui não é nosso lugar,

quem sabe, nas tuas asas,

regressaremos ao Ceará.

 

Autor: Benedito Morais de Carvalho (Benê)