Acredite em mim
Conheci teus olhos tristonhos
Em nevoeiros de tempestades,
Desaguando antigos sonhos,
Dores, medos e saudades.
Nestes mares tão bravios,
As ondas batem violentas,
Nas proas dos navios,
Que enfrentam as tormentas.
Mas eu sei, meu doce amor,
Que não há no mundo a dor
Que perdure sem ter fim,
E por isso, por favor,
Me escute, doce amor,
Pode acreditar em mim.
Conhecerei teus olhos risonhos,
Não da alegria passageira,
Dessa que corre tão ligeira
Pelo mundo da ilusão,
Mas daquela verdadeira,
Que é como sementeira
No terreno do coração.
Que frutifica a boa nova,
E alimenta a esperança,
Dos outonos faz lembrança
Em folhas secas pelo chão,
Que não fere mais no peito,
Mas ensina o sujeito
O caminho do perdão.