O absurdo

A fera que mora entre as feras

Sente imensa necessidade de ser fera

Quando cada um é só um perdido

Completamente perdido e sem propósito

Olho os rostos os gestos os corpos

Olho a vida e ela me olha

Eu pergunto, quando?

E ela não responde

É tudo tão imensamente fútil e fugaz

É tudo tão misterioso o banal é o banal

Mas digo que não ligo

Mas a mente não deixa

Partir para onde?

Essa trama estranha que nos cerca

Só não mata ou mata vai saber

E foge que não vê

Ah os homens, os gatos os cães

Sempre previsíveis em seus comportamentos

Um dos três sonha mais que tudo

Inventa demais que se sufoca

Ah o real, olhe bem o real

A coragem com se confronta a realidade

Ninguém suportaria tem coisas que

Fazemos tudo pra não ver

Deixe, deite talvez seja um chato

Talvez tenha me chateado

Pode ser uma mal estar

Pode ser um estar mal

Quem sabe encerro aqui

Nessas curvas tediosas

Nesse espanto que me cerca

Nessa vida que me cega.

Gessé Cordeiro de Miranda
Enviado por Gessé Cordeiro de Miranda em 04/12/2024
Código do texto: T8211484
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