O absurdo
A fera que mora entre as feras
Sente imensa necessidade de ser fera
Quando cada um é só um perdido
Completamente perdido e sem propósito
Olho os rostos os gestos os corpos
Olho a vida e ela me olha
Eu pergunto, quando?
E ela não responde
É tudo tão imensamente fútil e fugaz
É tudo tão misterioso o banal é o banal
Mas digo que não ligo
Mas a mente não deixa
Partir para onde?
Essa trama estranha que nos cerca
Só não mata ou mata vai saber
E foge que não vê
Ah os homens, os gatos os cães
Sempre previsíveis em seus comportamentos
Um dos três sonha mais que tudo
Inventa demais que se sufoca
Ah o real, olhe bem o real
A coragem com se confronta a realidade
Ninguém suportaria tem coisas que
Fazemos tudo pra não ver
Deixe, deite talvez seja um chato
Talvez tenha me chateado
Pode ser uma mal estar
Pode ser um estar mal
Quem sabe encerro aqui
Nessas curvas tediosas
Nesse espanto que me cerca
Nessa vida que me cega.