Pés de Cais
Eu venho de águas profundas
e guardo abismos
nos pés de cais sempre a navegar...
São abraços que se jogam contra os paredões,
carícias que não ousam me derrubar...
às vezes me confundo
com o crepúsculo raiado dos ventos,
noutras me diviso com o horizonte infinito
em busca de o Sol encontrar.
Guardiã do tempo vejo
que preciosos momentos escorrem
por entre nossos dedos
enquanto mantemos
o mistério da distância
e da proximidade entre nós.
Tão perto e ao mesmo tempo tão distantes,
tão distantes e ao mesmo tempo tão perto.
Desvio o rosto da janela
e lembranças suscitam
o impulso de até você voar...