A Musa Silenciada
Em versos antes fluíam rios de emoção,
Pintando em cada palavra uma nova canção.
Mas eis que o amor chegou, doce e intenso luar,
Roubando a inspiração, a musa a se ocultar.
A caneta agora pesa, a folha em branco clama,
As rimas se perdem, a alma emudece, acalma.
O coração, antes canção, agora um só pulsar,
E a poesia, antes vida, agora a se apagar.
Nas noites silenciosas, a lua a me observar,
Busco nas estrelas a força para cantar.
Mas o eco da paixão domina o meu pensar,
E a poesia, aprisionada, não quer mais voar.
A solidão do poeta, antes meu maior bem,
Agora se transforma em um amargo refém.
O amor, tão desejado, me roubou o além,
E a poesia, minha amante, se foi sem dizer adeus.