INTEIRO

Metade de mim é o que ressoa alto,

um eco profundo que cruza o tempo,

a outra metade é o silêncio calmo,

aquele espaço onde tudo se aquieta.

Sou o abrigo nas tempestades da vida,

dando calor e segurança a quem chega,

mas sou também o cansaço das jornadas,

o peso nos ombros ao fim de cada dia.

Metade de mim é a coragem de seguir,

erguer a voz contra o vento contrário,

a outra metade é a pausa que preciso,

um momento de refletir e encontrar paz.

Eu sou partido que ilumina o caminho,

mas também a sombra que dança ao redor,

pois metade de mim é revolução,

a outra metade é descanso e família.

E no equilíbrio das minhas metades,

procuro o sentido e a plenitude,

sou feito de gritos e também silêncios,

minha dualidade, meu refúgio.

Inspirado em Metade, de Oswaldo Montenegro, em 01.12.2024