Eloquente silêncio
Nasce como flor no campo
sem precisar ser chamada,
gerando sutil encanto
no silêncio da vida almejada.
E pervade o ser calcinado
do turbulento tempo presente,
e da paz distanciado
em seu silêncio ausente.
O mais eloquente silêncio do corpo,
silêncio da alma, necessário,
que faz, no mundo morto,
também um morrer de si, diário.
Que estágio em tua formosa casa,
ouvindo o teu silêncio falador.
Constrói-me vistosas asas,
fazendo-me voar em teu amor.
Consternado é o tempo longe
da solidão, tua honra.
O tempo contigo me consome;
a solidão, no teu silêncio, feliz sombra.