Eloquente silêncio

Nasce como flor no campo

sem precisar ser chamada,

gerando sutil encanto

no silêncio da vida almejada.

E pervade o ser calcinado

do turbulento tempo presente,

e da paz distanciado

em seu silêncio ausente.

O mais eloquente silêncio do corpo,

silêncio da alma, necessário,

que faz, no mundo morto,

também um morrer de si, diário.

Que estágio em tua formosa casa,

ouvindo o teu silêncio falador.

Constrói-me vistosas asas,

fazendo-me voar em teu amor.

Consternado é o tempo longe

da solidão, tua honra.

O tempo contigo me consome;

a solidão, no teu silêncio, feliz sombra.

Thiago Sobral
Enviado por Thiago Sobral em 28/11/2024
Código do texto: T8207155
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