Deixe-me sonhar
Ter, nem sempre significa possuir.
Pouco a dizer, nesse tanto sentir.
O caminho parece longo, curvas,
obstáculos... abismos são tantos!
Ruas paralelas, flores espalhadas
do vermelho, rosa e amarelas.
Queria traduzir tanta voz, tanta
poeira, que passa veloz com o vento,
sopram os tristes recantos da alma.
Salve o raio de sol, na folhagem.
Mais um dia desfolhando, tempo.
Neste meu não calar, tanto quis
dizer, sei, o dia estava diferente.
Coração pulsando, embevecido,
à alma trouxe o desejo de fuga.
De tão longe contemplando toda
envolvente paisagem.
Havia algo a mais naquele dia,
tudo estava muito mais bonito!
Não era um dia qualquer, calar
algo era preciso, o olhar atento,
agradecendo o lindo dia, como
alguém jamais poderia ter visto.
Um amor, se é só um sonho,
despertar, traria um sentido?
De repente se alguém pede
para a alma despertar! Não.
Não desperto... deixe-me sonhar!
O sonho, é onde nele, eu habito.
Nele, somos o todo. Mãos dadas
trocamos olhares cheio de amor.
Nos sonhos, avistamos as dunas...
banhamos os nossos pés descalços,
à beira mar, caminhamos felizes...
na areia deixamos os nossos rastros,
sem nos importar com os percalços.
Os sonhos são só pensamentos,
palavras, neles, pulsa o coração.
Gritos soltos de muita liberdade,
sem medo, ao amor me entrego.
Minha alma se alimenta de ilusão.
Porque amar assim não pode ser real.
Você é meu sonho que nunca termina,
que chega, e faz despertar essa alma!
Esta alma que sente, e nunca desistiu
desse amor, que a minha vida ilumina.