MEU INIMIGO
Quando o dia começa
Procuro minhas armas
Não são armas contra o outro
Vou ao ribeiro, semelhante a Davi,
Escolho pedrinhas e as guardo
Não são pedras contra meu semelhante
E saio lutando contra moinhos de vento
Rompendo armaduras de gigantes
A luta não é contra carne ou sangue
Defendo-me já nas primeiras horas
Da manhã. São ataques de todos os lados
Meu inimigo, de tocaia, me espreita
Armando emboscadas contra mim
Quando o dia chega ao fim
Usei todas as pedrinhas do ribeiro
Entro em meu quarto e faço o balanço:
Entre derrotas e vitórias, cresci.
Enfrentei meu inimigo: eu.