Subsiste

Subsiste

Os grilos que te

cercam e domam

são chaves da aversão

da saída transviada

nas cicatrizes secas

que movem o instante

E a cegueira que

escorre do olhar

são ervas e seres que

flutuam da porta

que embala o abismo

dos cheiros que consomem

lágrimas derretidas

E a noite que sopra o invisível

o medo dorme em seu casulo

ressoam trombetas

invariáveis que

lombra o imaginário

E o coração que às vezes

doe sem perceber

a mente líquida enverga

o extraordinário

corrói a dor explícita

na margem da angústia

do passo manco

que dilui versos

E a mosca que solve o som

ouvi suas asas em desespero

cai na envergadura da sorte

subsiste ao vento...