Desferiado
vou colhendo silêncios
que escapam dos livros
rompendo-se das linhas
sei da dor esvaziada
do riso dos pássaros
da solidão roendo o lago
do jornal anunciar
a morte de um pincel
como um sonho
que sonha sonhar assim
ao empasto fino
que plantei num feriado
ao horizonte aos longes
nas entranhas de um azul
que mesmo pela metade
invade o meio da janela
num pedaço de vento
que mal cabe
dentro de um poema