CARA CIDADANIA
A vida anda cara !
A moeda, muito rara.
Não há cara nem coroa...
A paciência escoa.
O cidadão está com a cara no chão.
Cara de quem comeu e não gostou.
Cara de réu , condenado à prisão,
cara de tacho que alguém raspou.
Ninguém livra a cara, irmão!
Mas não adianta cara amarrada
ou cara de poucos amigos.
Muito menos cara de enterro.
Encher a cara em cachaçada
e sair de meia cara só traz perigos.
Não cometa esse erro!
Melhor, de cara limpa,
entrar com a cara e a coragem.
Meter a cara, levantar a grimpa
e, cara a cara, enfrentar a ladroagem.
Está na cara que os caras,
tremendos caras-de-pau,
não vão dar as caras, às claras.
De cara, vão querer livrar
as próprias caras, raspar as aparas.
Então, na hora de votar, lembrar:
não adianta ir com a cara
de qualquer vagabundo.
Fechar a cara, enfiar a cara no mundo.
De quebrar a cara, não ter medo;
ir fundo, para sair do atoledo.
Num segundo, dar o voto fecundo.