Um Canto na Aurora

Um relâmpago no céu noturno

Ilumina o caminho inseguro,

Sob o tempo mais soturno

O pensamento teme o futuro.

A espera é pela manhã chegar

Para que tal apresente algum alívio,

A esperança está na tempestade cessar

E seguir sem nenhum sonívio.

O deleterio recôndito dispensado

Já não pode aludir e contagiar,

O pássaro da aurora despertado

Fez seu canto para o céu clarificar.

Todo pretérito acuou-se na soleira

Em resultado do interlúdio ambientado,

No tempo corrente não é coleira

Apesar de arquivo a ser consultado.

No lume abastecido de percepção

Uma presença é reconhecida,

É o pássaro auroral na recepção

Que canta dando boas vindas.