Mapa selvagem da Latina alucinação do sujeito
não posso deixar de dizer, meu amigo
morri esse ano de novo
mesmo você tendo prometido
que se eu tivesse um coração selvagem
não caberia mais na miragem
daquele velho traje colorido
de novo tenho medo e nem é de avião
mesmo a mente e o corpo diferente
ciente do sertão da minha solidão
repito tudo outra vez no presente
onde está a felicidade quanto arma quente?
pra suportar o dia a dia da alucinação
Mas sei que o tempo andou mexendo com a gente
só resta saudade como charme no olhar lacrimoso
não há mais canto que corte a carne desesperadamente
porque nada é divino, nada é maravilhoso
Como um rapaz latino, sei que sou bem moço
Mesmo à hora do almoço, me sirvo descontente
ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais?
Eu não quero andar sozinho a cismar!
E a solidão das pessoas dessas capitais?
Onde está a vida que eu quero dar?
gente a se tocar, se olhar e se calar
Amar e mudar as coisas não interessa mais?
(Poesia em Homenagem ao eterno belchior)