Punhal de flores
seu nome rouba o alfabeto
quando esconde a vogal ímpar
causando pequenos detalhes
quando erra o R
sem falar dos canhões
quiçá dos quintais entregues aos céus
acontece uma coisa estranha
quando joaninha despe a roupa
embasada
nessas noites que te sentem
a pincel fino
o verbo, verba
até o azul esmolar pelo céu
sem poder fazer roda de samba
de uma coisa para outra coisa
essa leveza dos moinhos
quando arranca-te o A
deixando a vida cheia de hematomas
e daqui o tempo migra
para outro lugar
um esquecimento que não cabe
nos dias que te mentem
como se fosses uma noite por vir