Cantiga do encontro
Falaste do sol que molhou o chão;
falaste da água que esquentou a terra;
falaste do gelo de tal coração;
falaste da montanha alta e bela.
Eu te respondi sobre o calor dos homens,
que ainda são quentes,
ferventes em suas emoções que consomem
o íntimo de nós, ainda lactantes.
Tu olhaste a vida posta em roda
sem correr do tempo que a marca
e coloca em rota
a torta história da praça.
Eu cheirei o elo do bem-querer
para saber se ainda valia a pena
sentir o calor dos homens pra viver
esta vida sem que seja obscena.
Tu encenastes a flor da balada,
que embalava sonhos de garotos,
moços no meio da sinuosa estrada,
marujos do mar revolto.
E aí terminou a cantiga,
festiva até certo ponto,
onde entra a descrença antiga
do homem em constante desenco